terça-feira, 2 de agosto de 2011

o seu caminho, é você quem trilha..

                                  
   Já se passavam da meia noite, a cidade estava quieta, só se ouvia o sopro do vento batendo na janela. Olho para a sala de estar, e tudo o que posso enxergar são livros e mais livros empuerados sob uma prateleira, as cortinas balançavam de uma forma, que parecia estar
dançando, ou tentando fugir daquele lugar Sombrio e Vazio..
 Vou até a cozinha pegar um copo d'água, e me deparo com uma mesa, duas velas acessas, um vaso com flores, 2 taças e talheres sobre ela. Me bate um vazio maior ainda, lembranças veêm me importunar, levemente passo as mãos na cabeça, tentando esquecer aqueles tempos, assoprei as velas, mas elas não se apagaram.. Liguei a vitrola, peguei um bom vinho e me sentei. Fiquei ali por um bom tempo no vazio daquela noite de inverno.
    Já não suportava mais aquela penumbra, aquele presente vivenciado no passado, depois que ele me deixou, a angústia, a saudade, e a revolta tomaram conta de mim, e desde então me fexei pro mundo.. Já não sabia mais me por como uma mulher, já nem lembrava mais da minha feição, nem poderia reconhecer o som da minha voz..
     Me levantei, fui até o quarto, me sentei na penteadeira e me olhei no espelho, passava as mãos no meu rosto, tentando sentir minha pele, e o reflexo que eu via no espelho era de uma pessoa sofrida, acabada, destruida... peguei uma escova e comecei pentear meus cabelos..
      Logo em seguida voltei pra cozinha e permaneci ali por mais alguns minutos ao som da vitrola, tomei mais um pouco de vinho e fiquei ali vendo as horas passar.. Olhei no relógio, já eram pouco mais que 03:00 horas da manhã, e o vento estava soprando tão forte, que acabou apagando as velas, e mais uma vez eu estava ali na escuridão.
        Acabei levantando, desliguei a vitrola e fui me deitar. E em meio aquela solidão, a única opção era me conformar com o caminho que eu trilhei pra mim.